14 DE MARÇO DE 2016
DIA NACIONAL DA POESIA
“Nunca aceite a vida
se ela for
simples,banal,comum,quase feliz,tranquila,
sem gritos de revolta ou ais de dor.
Faz uma vida á tua semelhança
e molda como se faz com a argila
a um brinquedo de
criança.”
CASTRO ALVES,O MAIOR POETA BAIANO
Biografia, obras e estilo literário
Antônio Frederico de Castro Alves foi um importante poeta brasileiro do século XIX. Nasceu na cidade de Curralinho (Bahia) em 14 de março de 1847.
No período em que viveu (1847-1871), ainda existia a escravidão no Brasil. O jovem baiano, simpático e gentil, apesar de possuir gosto sofisticado para roupas e de levar uma vida relativamente confortável, foi capaz de compreender as dificuldades dos negros escravizados.
Manifestou toda sua sensibilidade escrevendo versos de protesto contra a situação a qual os negros eram submetidos. Este seu estilo contestador o tornou conhecido como o “Poeta dos Escravos”.
Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica, o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros ouviram-no clamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os negros eram submetidos.
Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos líricos-amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um poeta de transição entre o Romantismo e o Parnasianismo.
Este notável escritor morreu ainda jovem, antes mesmo de terminar o curso de Direito que iniciara, pois, vinha sofrendo de tuberculose desde os seus 16 anos.
Apesar de ter vivido tão pouco, este artista notável deixou livros e poemas significativos.
Poesias de Castro Alves:
- Espumas Flutuantes, 1870
- A Cachoeira de Paulo Afonso, 1876
- Os Escravos, 1883
- Hinos do Equador, em edição de suas Obras Completas (1921)
A TALENTOSA ALMIRA REUTER NO PALACETE DAS ARTES
A ARTISTA PLÁSTICA E ESCRITORA ALMIRA REUTERÁ QUE EXPÔS EM TODO O BRASIL E ATÉ EM NEW YORK,APRENTARÁ TRABALHOS MARAVILHOSOS,COM O APOIO DA SECRETARIA DA CULTURA.,NO PALACETE DAS ARTES,NA RUA DA GRAÇA,SALVADOR,BAHIA.
ABERTURA DIA 15/3
A EXPOSIÇÃO ESTARÁ Á DISPOSIÇÃO DO PÚBLICO DE 16 DE MARÇO A 17 DE ABRIL DO ANO EM CURSO.
IMPERDÍVEL!
ABERTURA DIA 15/3
A EXPOSIÇÃO ESTARÁ Á DISPOSIÇÃO DO PÚBLICO DE 16 DE MARÇO A 17 DE ABRIL DO ANO EM CURSO.
IMPERDÍVEL!
[RUMO AOS 20 ANOS]
O
Grupo Artístico e Cultural Camerata Castro Alves foi criado em 1997 e
desde então tornou-se o legítimo “Fã
Clube” do Poeta da Liberdade.
A cada ano a Camerata promove um
espetáculo inovador, ampliando ainda mais o alcance do manancial poético
deixado por Castro Alves.
Uma
programação especial foi preparada para celebrar o Dia Nacional da Poesia: 14
de março, data do nascimento de Antonio Frederico de Castro Alves
ATIVIDADES CULTURAIS INTERATIVAS
Oficinas Artísticas de
Técnicas Vocais
PÚBLICO ALVO: Cantores, atores,
declamadores, e profissionais da voz
·
Exposição e venda de livros
Apresentação de vídeo documentário
XIX Sarau
Lítero-Musical da Camerata Castro Alves
[MIRIAM DE SALES ENTREVISTA CASTRO ALVES]
[14/03/2016, às 17h]
ESPAÇO CULTURAL NILSON MENDES Largo
2 de Julho
A TÉCNICA DA ESCRITA
Escrever
diálogos na prosa de ficção parece ser mais simples do que narrar ações ou
descrever ambientes, já que todos nós conversamos várias vezes por dia. O
diálogo é algo que já estamos acostumados a fazer.
O problema surge quando o pretendente a escritor percebe que terá de falar em nome de diferentes pessoas, com diferentes personalidades, idades, classes sociais; terá de entender e reproduzir o modo como se comunicam.
Como regra geral, o diálogo deve ser recriado (ou seja, devemos reproduzir o que os personagens disseram) quando queremos dar a impressão realista de duas ou mais pessoas interagindo, com as variações emocionais, as interrupções, hesitações, exageros, contradições, escolhas vocabulares, e tudo que compõe uma conversa.
Mesmo quando um personagem se alonga numa narrativa ou argumentação é bom mostrar essa fala diretamente, se achamos importante manter a voz narrativa do indivíduo.
Há situações, no entanto, em que mais importante do que a fala em si é resumir o conteúdo do que está sendo dito, em benefício da rapidez narrativa. A maioria dessas falas pode ser sintetizada em poucas linhas:
"No trajeto entre o aeroporto e o hotel, ela me contou sobre seu casamento, a filhinha pequena, a rumorosa separação, o divórcio".
Referência indireta
Se o que o leitor precisa saber é que a personagem casou, teve uma filhinha e se divorciou, é melhor substituir as frases dela por uma referência indireta. Claro que quaisquer detalhes que tenham importância para o enredo devem ser incluídos nesses resumos.
Cada autor encontra uma maneira de reproduzir esses diálogos indiretos. No seu conto clássico, "A Loteria", Shirley Jackson descreve a reunião dos habitantes de uma cidadezinha para um ritual em praça pública:
"Logo os homens começaram a se agrupar, de olho nas crianças, falando do plantio ou da chuva, dos tratores e dos impostos. Ficaram todos juntos, afastados da pilha de pedras que havia num canto; seus gracejos eram moderados e eles mais sorriam do que gargalhavam. As mulheres, usando vestidos caseiros surrados e suéteres, vieram logo após os maridos. Cumprimentaram-se umas às outras e trocaram pequenas fofocas enquanto se juntavam aos esposos. Logo todas elas, reunidas aos maridos, começaram a chamar as crianças para perto de si, e elas vieram com relutância, tendo que ser chamadas quatro ou cinco vezes".
Transformar esta cena em diálogo iria requerer mais de uma página inteira, sem nenhum ganho narrativo apreciável, a não ser, talvez, individualizar os personagens, mas isto acaba sendo feito na sequência da história. Do modo como está, a escrit a escritora demarca com sutileza um movimento coletivo que se inicia com os homens, passa pelas mulheres e chega aos filhos, o que corresponde ao sentido profundo dessa história, um clássico do conto de terror não sobrenatural.
Diálogo mudo
Emudecer os diálogos e fazer só um índice deles pode ser um recurso para deixar mais nítido o mundo mental dos personagens.
Em "Minha Gente" (de Sagarana), o narrador de Guimarães Rosa faz um trecho de viagem ao lado de Santana, um inspetor escolar. Os dois jogam xadrez com uma caixinha portátil enquanto cavalgam sem pressa. Ele diz:
"Mas já Santana rearrumara as peças e sumira no bolso a carteirinha.
- Adiemos esta partida. Vamos conversar.
Concordei, a bem da harmonia contemplativa.
E Santana fala: partidas fechadas... xadrez e memória... psicologia infantil... cidade e roça... escola ativa... devoção e nutrição... a mentalidade do capiau..."
O autor se dispensa de reproduzir tudo isto, até porque as páginas anteriores já trazem uma conversa rica e variada entre os dois personagens.
Neste pequeno resumo indireto, ele aproveita para assinalar melhor as preocupações de Santana (xadrez, educação) e também para sugerir passagem de tempo, porque subliminarmente o leitor recebe a informação de que um certo trecho de caminho foi percorrido enquanto os dois abordavam todos estes assuntos.
Esse tipo de recurso pode ser usado não para economizar narrativa, mas para produzir efeito. Um dos que o usam melhor é Raymond Chandler. Em A Dama do Lago, o detetive Philip Marlowe encara um cliente rico e arrogante, o qual tenta "pô-lo no seu lugar" mas recebe uma resposta à altura. Segue-se este diálogo:
"- Quero que encontre minha mulher - disse ele. - Ela está desaparecida há um mês.
- OK - disse eu. - Vou encontrar sua mulher.
Ele pousou com força a palma das mãos na mesa. Olhou para mim com firmeza.
- Acho que vai - disse. Depois sorriu. - Há quatro anos ninguém me desarma desse jeito.
Eu não disse nada.
- Dane-se - disse ele. - Eu gostei de ver. Gostei mesmo. - Passou a mão pelo cabelo, que era espesso e escuro. - Faz um mês que ela sumiu - disse. - De uma cabana que nós temos na montanha. Perto de Puma Point. Você conhece Puma Point?
Eu lhe disse que conhecia Puma Point."
Barreira invisível
Nada teria custado ao autor, nesta última fala, colocar algo como
"- Sim, conheço."
Mas ele faz Marlowe responder sem falar. A cada fala do cliente, Marlowe recua mais um passo, distancia-se dele, como quem diz "agora é sua vez de conquistar minha confiança". Chandler usa com frequência esse truque para mostrar a barreira invisível que Marlowe coloca entre si e o interlocutor quando quer impor respeito, principalmente com policiais:
"- O Capitão Webber vai assumir o caso e ele gosta de fazer tudo ele mesmo. - Ele olhou para mim e disse: - É você, um homem chamado Marlowe?
Eu lhe disse que era um homem chamado Marlowe."
São casos em que a omissão do diálogo se torna mais expressiva do que sua presença.
O problema surge quando o pretendente a escritor percebe que terá de falar em nome de diferentes pessoas, com diferentes personalidades, idades, classes sociais; terá de entender e reproduzir o modo como se comunicam.
Como regra geral, o diálogo deve ser recriado (ou seja, devemos reproduzir o que os personagens disseram) quando queremos dar a impressão realista de duas ou mais pessoas interagindo, com as variações emocionais, as interrupções, hesitações, exageros, contradições, escolhas vocabulares, e tudo que compõe uma conversa.
Mesmo quando um personagem se alonga numa narrativa ou argumentação é bom mostrar essa fala diretamente, se achamos importante manter a voz narrativa do indivíduo.
Há situações, no entanto, em que mais importante do que a fala em si é resumir o conteúdo do que está sendo dito, em benefício da rapidez narrativa. A maioria dessas falas pode ser sintetizada em poucas linhas:
"No trajeto entre o aeroporto e o hotel, ela me contou sobre seu casamento, a filhinha pequena, a rumorosa separação, o divórcio".
Referência indireta
Se o que o leitor precisa saber é que a personagem casou, teve uma filhinha e se divorciou, é melhor substituir as frases dela por uma referência indireta. Claro que quaisquer detalhes que tenham importância para o enredo devem ser incluídos nesses resumos.
Cada autor encontra uma maneira de reproduzir esses diálogos indiretos. No seu conto clássico, "A Loteria", Shirley Jackson descreve a reunião dos habitantes de uma cidadezinha para um ritual em praça pública:
"Logo os homens começaram a se agrupar, de olho nas crianças, falando do plantio ou da chuva, dos tratores e dos impostos. Ficaram todos juntos, afastados da pilha de pedras que havia num canto; seus gracejos eram moderados e eles mais sorriam do que gargalhavam. As mulheres, usando vestidos caseiros surrados e suéteres, vieram logo após os maridos. Cumprimentaram-se umas às outras e trocaram pequenas fofocas enquanto se juntavam aos esposos. Logo todas elas, reunidas aos maridos, começaram a chamar as crianças para perto de si, e elas vieram com relutância, tendo que ser chamadas quatro ou cinco vezes".
Transformar esta cena em diálogo iria requerer mais de uma página inteira, sem nenhum ganho narrativo apreciável, a não ser, talvez, individualizar os personagens, mas isto acaba sendo feito na sequência da história. Do modo como está, a escrit a escritora demarca com sutileza um movimento coletivo que se inicia com os homens, passa pelas mulheres e chega aos filhos, o que corresponde ao sentido profundo dessa história, um clássico do conto de terror não sobrenatural.
Diálogo mudo
Emudecer os diálogos e fazer só um índice deles pode ser um recurso para deixar mais nítido o mundo mental dos personagens.
Em "Minha Gente" (de Sagarana), o narrador de Guimarães Rosa faz um trecho de viagem ao lado de Santana, um inspetor escolar. Os dois jogam xadrez com uma caixinha portátil enquanto cavalgam sem pressa. Ele diz:
"Mas já Santana rearrumara as peças e sumira no bolso a carteirinha.
- Adiemos esta partida. Vamos conversar.
Concordei, a bem da harmonia contemplativa.
E Santana fala: partidas fechadas... xadrez e memória... psicologia infantil... cidade e roça... escola ativa... devoção e nutrição... a mentalidade do capiau..."
O autor se dispensa de reproduzir tudo isto, até porque as páginas anteriores já trazem uma conversa rica e variada entre os dois personagens.
Neste pequeno resumo indireto, ele aproveita para assinalar melhor as preocupações de Santana (xadrez, educação) e também para sugerir passagem de tempo, porque subliminarmente o leitor recebe a informação de que um certo trecho de caminho foi percorrido enquanto os dois abordavam todos estes assuntos.
Esse tipo de recurso pode ser usado não para economizar narrativa, mas para produzir efeito. Um dos que o usam melhor é Raymond Chandler. Em A Dama do Lago, o detetive Philip Marlowe encara um cliente rico e arrogante, o qual tenta "pô-lo no seu lugar" mas recebe uma resposta à altura. Segue-se este diálogo:
"- Quero que encontre minha mulher - disse ele. - Ela está desaparecida há um mês.
- OK - disse eu. - Vou encontrar sua mulher.
Ele pousou com força a palma das mãos na mesa. Olhou para mim com firmeza.
- Acho que vai - disse. Depois sorriu. - Há quatro anos ninguém me desarma desse jeito.
Eu não disse nada.
- Dane-se - disse ele. - Eu gostei de ver. Gostei mesmo. - Passou a mão pelo cabelo, que era espesso e escuro. - Faz um mês que ela sumiu - disse. - De uma cabana que nós temos na montanha. Perto de Puma Point. Você conhece Puma Point?
Eu lhe disse que conhecia Puma Point."
Barreira invisível
Nada teria custado ao autor, nesta última fala, colocar algo como
"- Sim, conheço."
Mas ele faz Marlowe responder sem falar. A cada fala do cliente, Marlowe recua mais um passo, distancia-se dele, como quem diz "agora é sua vez de conquistar minha confiança". Chandler usa com frequência esse truque para mostrar a barreira invisível que Marlowe coloca entre si e o interlocutor quando quer impor respeito, principalmente com policiais:
"- O Capitão Webber vai assumir o caso e ele gosta de fazer tudo ele mesmo. - Ele olhou para mim e disse: - É você, um homem chamado Marlowe?
Eu lhe disse que era um homem chamado Marlowe."
São casos em que a omissão do diálogo se torna mais expressiva do que sua presença.
PUBLICIDADE Todos
aqueles que pensam em escrever uma história, independentemente do formato
escolhido deparam-se com alguns contratempos como: ideias desconexas, em
excesso ou em falta, excertos de diálogos ou de cenas aleatórias, dúvidas e
inspirações momentâneas e uma série de outros pensamentos úteis ou
desestabilizadores.
Pessoalmente
acho que estes contratempos são as pedras basilares do processo criativo. É a
confluência de ideias e o tratamento que lhes damos que produzem uma obra. Mas
também acredito que se não soubermos colocar esses pensamentos em ordem, nunca
atingiremos o objectivo de criar algo satisfatório ou mesmo exemplar.
Para
organizar o excesso ou a escassez de informação podemos usar algumas técnicas.
Deixo aqui as que uso:
1.
Tempestade
de Ideias (Brainstorming) – É
a primeira técnica e a que utilizo com maior frequência. Esta consiste em criar
uma lista de ideias sobre um tema, apontando tudo aquilo em que conseguimos
pensar sobre um determinado tópico. Esta técnica, inicialmente criada como
exercício de grupo, obtém bons resultados quando é aplicada por uma só pessoa.
O Brainstorming funciona através da associação livre de ideias,
dispensando o pensamento crítico e a auto-edição, permite que nos foquemos na
quantidade e em última instância na qualidade (só possível por pensarmos
exaustivamente sobre um tema).
2. Colocar questões – Outra
das técnicas que uso frequentemente consiste em colocar questões sobre aquilo
que pretendo concretizar com determinada cena ou capítulo. Esta técnica exige
que questões e respostas sejam aplicáveis ao objecto do texto, por exemplo:
Qual o ambiente que melhor transmitirá o objectivo da cena? O que os
personagens desejam? Que sentimentos quero evocar? A acção contribui para
mostrar o estado de espírito da personagem? Qual o efeito que a cena deve ter
sobre os leitores?
1.
Mapa
Mental (Mind Mapping) – Consiste
em criar um diagrama que represente as diversas ideias que queremos incluir na
história. Numa folha de papel (ou em software específico, ex: FreeMind)
colocamos o conceito central da história e a partir daí expandimos anotando
ideias, palavras, acções, em ordem hierárquica, usando cores e símbolos que nos
permitam estruturar os elementos de uma história. É uma Mapa Mental (Mind Mapping)
– Consiste em criar um diagrama que
represente as diversas ideias que queremos incluir na história. Numa folha de
papel (ou em software específico, ex: FreeMind)
colocamos o conceito central da história e a partir daí expandimos anotando
ideias, palavras, acções, em ordem hierárquica, usando cores e símbolos que nos
permitam estruturar os elementos de uma história. É uma técnica valiosa para
lidar com grandes quantidades de informação, privilegiando a associação
organizada de ideias e a representação visual de conceitos importantes.
2. Escrita Livre (Free Writing) – Há
quem a chame de ‘Fluxo de escrita inconsciente’ e consiste em definir um limite
de tempo (5 ou 10 minutos) durante o qual se escreve num papel todas as frases
que nos ocorrem naquele momento, sem nos preocuparmos com a correcção
ortográfica, a gramática ou o tema. Estes textos devem ser escritos
rapidamente, não permitindo que haja a tentação de reler antes do tempo
terminar. Esta técnica é um desbloqueador de ideias que não se destina a
produzir textos de qualidade mas a ultrapassar os bloqueios mentais em que por
vezes nos encontramos. Não é técnica que use com frequência mas já foi útil em
situações específicas.
3. Diário – Manter
um registo detalhado das ideias que surgem quando pensamos em escrever uma
história é uma técnica que ajuda a manter a informação acessível e organizada.
Criar uma espécie de diário onde figurem as ideias e os pensamentos sobre a
história, as personagens, a acção, os diálogos, entre outras, pode ser uma
evolução natural das técnicas anteriores e possibilitar novas ligações entre os
conceitos criados.
1.
Plano
– Definir à partida um plano aplicável ao texto que
pretendemos escrever é um desbloqueador importante. Definir: Quem, O quê? Onde?
Quando? Porquê? Como? Em quantas cenas? Com quantos capítulos? Qual a mensagem?
São respostas que impulsionam a escrever e a corrigir aquilo que deve ser
corrigido à partida, poupando tempo e consolidando a história. Uso o Plano
quando escrevo Contos porque sinto que me ajuda a ter uma visão global do texto
e a modificar aquilo que poderiam vir a ser erros crassos. Falar/Ouvir – Acontece-me
ter ideias interessantes quando estou a discutir algo com alguém. Falar com
outras pessoas e apontar ideias que surjam e melhorias a fazer é uma técnica
que tem impacto positivo naquilo que escrevo. Isto não significa discutir tudo
aquilo que faço ou as ideias que quero usar em determinada história, mas ouvir
outras opiniões sobre determinados temas, é uma valiosa contribuição para o
processo criativo.
Estas
são as principais técnicas às quais recorro nas diferentes fases de criação de
um texto. Muitas mais existem mas partilho estas porque acredito que funcionam.
1. Escrever – escritores escrevem. Sempre.
Todos os dias. Com horário marcado. Não basta pensar em escrever; não basta
falar em escrever; não basta planejar o que se vai escrever.
É preciso escrever.
2. Focar – enquanto se escreve não se pode
fazer mais nada. Não se pode verificar os emails, ir ao Facebook, fazer as
palavras cruzadas. Reserve um tempo para a escrita (nem que seja só
meia hora) e nesse período não faça mais nada senão escrever.
3. Ler – os escritores lêem muito. Alguns
vivem apenas para ler e escrever. Mesmo que não seja esse o caso,
dificilmente poderá progredir na escrita se não ler bastante. E não
deve ler só aquilo que escreve. Se é guionista, não leia só guiões.
Agarre num livro que tenha reservado para mais tarde e comece
a lê-lo ainda hoje.
4. Aprender – podemos aprender muito só pela leitura
de grandes obras. Mas também é bom ler também sobre o ofício da
escrita e da criatividade – memórias, autobiografias, ensaios,
livros de técnica ou de inspiração. Livros como The Creative Habit
5. são janelas abertas
sobre os processos mentais dos autores e criadores. Há também
blogues, como este, e revistas
que se dedicam apenas a esse tema. Leia-os com regularidade
e vai seguramente melhorar a sua escrita criativa.
6. Re-escrever – como foi aqui citado recentemente,
Francis Ford Copolla diz que “A re-escrita
é o nome do meio da escrita”. Hemingway também deixou bem
claro que “A primeira versão de qualquer
coisa é uma merda”. Se eles acham isso, como é que nós podemos pensar que as nossas
primeiras versões já são suficientemente boas?
7. Ser profissional – como Somerset Maugham muito
bem dizia “Eu escrevo só quando a inspiração
bate à porta. Felizmente, ela bate à porta todas as manhãs às nove
em ponto.” Os amadores debatem-se com as crises e a falta de inspiração;
os profissinais sentam-se e escrevem.
8. Refletir – quem leva a sério
a escrita criativa não se limita a escrever – reflete sobre
o que escreve, a forma como escreve, as razões porque escreve. Analisa
os seus pontos fracos e fortes. Toma decisões conscientes sobre
aonde quer levar a sua escrita, e de que formas o vai fazer.
QUANTO CUSTA DIVULGAR UM LIVRO
UMA CONVERSA CRUA,MAS,VERDADEIRA
Entre todos os caminhos
nada suaves do novel escritor a divulgação dos seus livros é,para mim,o
mais espinhoso.
Não basta a luta para ser publicado,os custos da publicação,o riso de
mofa daqueles que não acreditam no seu talento, despertar ao interesse do
leitor me parece o mais complicado.
Como tudo neste pais se não for “filho de quem”,acadêmico ou
professor,celebridade ou esportista rico empresário,político ou profissional
liberal de renome,muito lhe vai custar manter a cabeça fora d´água.
Ficará sempre “taxiando no aeroporto” como muito bem disse o
escritor Aydano Roriz,famoso pelos seus romances históricos, no seu artigo
publicado pela revista “Beco das Palavras”,edição de Outubro/15,onde nos deu o
prazer de participar.
Existem muitas formas de divulgação ,porém,todas elas muito acima do bolso de
qualquer escritor mediano,que não desperta a atenção da grande mídia.Um espaço
num jornal de grande circulação custa muito caro ,a TV é um sonho e as rádios
,quando muito lhe dão uma “palhinha” na hora do almoço.
Então,vamos correr para os produtores culturais .Será que
dá? Talvez,se você tiver livre acima de
$1500.00 para começar;quanto mais conhecido e respeitado o produtor,mais caro
custa seu trabalho.
No Brasil a distribuição de livros é pouca e restrita.E,seja
para por em bancas de revista ou nas principais livrarias o autor terá que
arriscar imprimir DE 1000 A 5000
exemplares.E,pagar de 50 a 70% ao distribuidor.E ,ás vezes ,ao livreiro e ao
distribuidor.Em Salvador pode-se por nas bancas cerca de 300
exemplares;mas,paga-se uma taxa não devolvida de $800.00.Se o livro não vender
volta para o dono.
Assim,os livros acabam nos sebos ou os caixotes debaixo da
cama do autor.Conheci muitos assim .Uma pena!
Existe um tipo de autor que eu digo tem a marca de Caim,os
ousados,os destemidos,os desassombrados que saem por ai vendendo seus
livros.Pegam suas sacolinhas e só voltam pra casa com ela vazia e os bolsos
cheios.Mas,esses são tão poucos!
Depois de escrever e peregrinar quase dois anos tentando
colocar os livros que paguei ,resolvi abrir uma pequena editora para fazer meus
livros;mas,acabei fazendo os de muitos e comecei a pensar numa maneira cômoda
de divulgar estes livros.Primeiro as páginas dos blogs,depois minhas páginas
nas redes sociais,levar livros para as festas literárias,gerando um alto custo
para mim e muitas dores nas costas,resolvi criar esta revista.Claro que teria
um custo ,também,não existe almoço grátis,também,na literatura, e o custo de
uma revista é caríssimo;poucos entram nesta seara.Mas,seria muito menor e
diluído entre outros autores nos seus espaços compartilhados.A lei das
probabilidades nos ensina que circulando 2000 exemplares de revistas por todo o
Brasil,livrarias,escolas,etc será impossível que alguém ,em algum remoto lugar
do planeta não se interessasse por um poema,um conto,um texto e logo procurasse
saber quem o escreveu e ,sabendo,informar-se sobre seus livros
e,informando-se,comprá-los.Além das festas literárias sempre garimpando novos
talentos.
O meu jogo com as livrarias,modesta á parte,foi bem feito;a
revista estará lá,o leitor pega pra ler,leva pra casa,depois volta e quer saber
do livro do autor que lhe chamou a atenção.As livrarias então vão prestar
atenção em você,e o caminho estará sendo pavimentado.E ,sem você,autor ter que
pagar os benditos 50%. Pense nisto!
Eu lhes dei as dicas, a isca e o anzol.
Agora,pesquem!
Miriam de Sales é escritora e editora
CEO da Editora Pimenta Malagueta
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