QUALIDADE E EXCELÊNCIA!

A PIMENTA MALAGUETA APROVA!

Os Jardins de Academus

“Os livros são o tesouro precioso do mundo e a digna herança das gerações e nações."

Henry David Thoreau

segunda-feira, 7 de março de 2016

DESVANTAGEM DA PUBLICAÇÃO SOB DEMANDA

O BLOG DO ESCRITOR

                                                     7 DE MARÇO DE 2016-03-07






10 Desvantagens da publicação sob  demanda
Entre os posts mais populares e que geram um bom debate aqui no blog estão os com dicas e informações sobre o mercado editorial ou dicas para novos escritores, e hoje volto a tocar num assunto que pode ser bem polêmico, a publicação sob demanda, cada vez mais presente no cotidiano literário nacional. Nesta lista seleciono 10 desvantagens deste sistema:
1 - Preconceito: Acredito que este seja ainda um grande problema, pois os leitores tendem a geralmente desconfiar da qualidade dos livros editados sob  demanda. A maioria, na verdade, não quer dispensar os já  parcos recursos destinado a cultura em seu orçamento com apostas em obras desconhecidas. Isso acontece pelo fato de sim, muitas vezes ,termos péssimas obras editadas nesse sistema, ou até mesmo pela compreensão dos leitores (muitas vezes errônea) de que se o autor precisou pagar para publicar, ou então não chamou a atenção de uma grande editora, o livro não é bom. A verdade é que as publicação sob demanda, produzem ,  de fato, obras de qualidade duvidosa, mas da mesma forma promissores talentos  utilizam esta forma como porta de entrada para o meio editorial.*
*A Editora Pimenta Malagueta trabalha sob demanda,mas,não faz livros,faz Arte.Nossas publicações são primorosas e por aqui abrigamos talentos rebeldes que não querem se sujeitar á ditadura das grandes editoras.
; 2 - Distribuição: Este é um problema que os autores sentirão na pele de forma mais acintosa. Mesmo com uma grande evolução nos números de comercialização de livros pela internet (especialmente em grandes sites como Submarino e Saraiva) a maioria dos livros vendidos no Brasil, e de forma esmagadora se dá nas livrarias, onde as publicações sob  demanda tem grande dificuldade de entrar. E isso reflete de forma considerável na velocidade de venda.*
*Como a nossa é uma editora de uma  escritora ,não temos dificuldade em colocar os livros dos nossos autores.Aqui,ninguém encalha,porque o autor é orientado desde quando manda o arquivo para análise até quando vende o último exemplar daquela edição.Eu,Marivaldo Hora,Zé da Serra,Almira Reuter ,Mogg Mester,já estamos na 2ª edição dos livros publicados com nossa marca.
3 - Divulgação: Se há preconceito dos leitores, do mercado, não haveria de ser diferente com os meios de divulgação, e um livro publicado sob demanda conseguir uma nota em algum veículo de informação como jornais e TV só mesmo por milagre, até mesmo por que o espaço destinado à literatura geralmente é pequeno nos meios de comunicação, onde  mesmo as grandes casas editorias têm de brigar a tapa por uma nota ou uma resenha. Sobra então para a publicação sob demanda se apoiar em blogs, que a cada dia tem mais, e com péssimas qualidades, salvando 1 a cada 10, e olhe lá;*
*Pois nós conseguimos notas para nossos autores nos meios de divulgação e sem pagar nada por isso.Claro que não é no horário nobre da Globo,mesmo porque nem as grandes editoras estão lá.
4 - Picaretagem: Se há grande demanda independente do setor que seja há espaço para picaretagem. E na literatura não seria diferente, e a cada dia crescem as reclamações de autores que pagaram para editar sob  demanda. O problema que hoje há muitas editoras neste sistema, e com as mais variadas formas, das que não cobram nada do autor, mas também não ajudam, as que cobram um valor justo, e as que inclusive praticam assalto a mão armada quando o autor não pesquisa bem na ânsia de ver sua obra publicada;*
*Claro e como existem!A página “editoras fajutas” no Face,está cheio delas.Daí,parte do cuidado do autor,do seu discernimento na escolha e dele ter sempre em mente:”O barato sai caro”Livro no Brasil não é barato,é ,mesmo,uma indecência.Cai em falsas promessas quem quer.Eu mesma,no início fui vítima de uma.

5 - Custo: A diferença do custo de um exemplar impresso sob demanda e um em grande escala graças ao avanço tecnológico tem diminuído sistematicamente, mas ainda assim é mais caro publicar em poucas tiragens;*

*Isso,em qualquer editora,grande ou pequena\; as grandes nem querem fazer.Para o autor distribuir o seu livro tem que fazer,no mínimo,1000 exemplares.

6 - Autor opta demais: Acredite, isto poderia ser uma vantagem já que em geral nos sistemas sob demanda os autores também investem na publicação isto os da maior liberdade de opinar e interferir nas demais etapas da publicação, o que poderia ser bom, mas que muitas vezes acaba prejudicando o desenvolvimento de outras questões do livro como capa e diagramação, onde o editor e os designers é que teriam de ter esse controle maior;*
*Ih,tive alguns problemas com o esse.o autor pensa que livro é vestido que a costureira pode mexer toda hora para consertar uma manga.Isso atrasa o livro,irrita o editor,o diagramador ou capista se recusam a consertar , ou cobram duas vezes,um horror!Faça seu livro com calma,estude,leia,releia,tire ,acrescente,mas,quando enviar o arquivo,por favor,não mude nada.

7 - Retorno financeiro lento: Até é possível ter retorno financeiro com a venda de livros sob demanda, mas como por causa de um custo unitário mais elevado, o autor precisa trabalhar com uma margem de lucro quase irrisória o que acaba tornando mais lento a recompensa financeira do autor.*
*Discordo totalmente.Eu mesma vendo meus livros e ganho 100% dele.A livraria cobra 50%.o distribuidor,60% ,a editora só dá ao autor,de 2 a 8% do preço de capa;enfim,o autor,dono do talento,fica com as migalhas.

8 - Revisão: Recebo e muitas vezes compro ou troco livros nacionais em boa parte publicados sob demandas e de distintas editoras, e o problema mais recorrente que encontro são os excessivos erros de revisão. Até acredito que seja normal, já que em uma grande editora um original pode receber até 3 revisões, quanto em geral as editoras sob demanda contratam freelancers para uma única revisão. O problema é que isto ajuda a aumentar o preconceito, e ajuda a afastar leitores;*
*Livro cheio de erros é um problema,encontrado ,também,nas grandes.Estou lendo um livro de Gore Vidal,feito por uma dessas e os erros são tantos que chegam a comprometer o sentido da frase.Na Pimenta,isso pode ocorrer,claro,mas,estamos vigilantes e o livro passa por 3 revisões.

9 - Você precisar multiplicar-se: Normalmente o autor que publica sob demanda precisa se multiplicar por 10 para entender de marketing a técnicas de vendas para obter números positivos de forma mais rápida. Para quem publica sob demanda não se permite ser apenas autor;*
*Nisso,concordo,mas,deve ser assim.Se o autor não está disposto a mexer a bunda do sofá e fica esperando pelos outros estará sempre algemado.Ou então,venda para o governo,como acontece por aqui,onde livros horrendos são comprados para bibliotecas e lá ficam encaixotados até a primeira chuvarada.


10 - Demorar para formar um público leitor: Este pode ser talvez a grande desvantagem já que a edição sob demanda é mais lenta e o autor precisará ter paciência e esperar pelo tempo até conquistar seu público leitor. E esta é uma parte que pode incomodar bastante principalmente para escritores que mais que um sonho, ou ganhar dinheiro, escrevem para compartilhar sua literatura como forma de expressão. Para autores assim o que mais desejam é possuir leitores, e de forma massificada; *
*Nem sempre. Para formar leitores o autor tem que estar com o público,seja nos projetos muito bons como o Fala Escritor,aqui em SSA,ou nas feiras literárias e bienais,eventos etc.Crie seu próprio evento,anuncie,convide os amigos.Dá trabalho,mas,você pensa que investir na Bolsa é diferente?Converse com um corretor.Livro é Bolsa,se você não gosta de risco,fique apenas nos blogs.
Adorei esse blog,por isso interagi com ele.Eu recomendo!
 "As palavras proferidas pelo coração não têm língua que as  articule,retem-nos um nó na garganta e só nos olhos é que se podem ler."José Saramago



                      





DÚVIDAS DO AUTOR



Uma boa editora deve cuidar de tudo,o autor só tem o (imenso) trabalho de escrever.Ao receber o arquivo word nós procuramos nos informar com o autor o nº de páginas e a quantidade de exemplares.Estas informações são muito importantes para calcular o custo gráfico.

A revisão,diagramação,capa,pedir o ISBN (que é a carteira de identidade do livro),fazer a ficha catalográfica oficial,o depósito legal na Biblioteca Nacional,a impressão,o envio para o endereço do autor ,esteja ele onde estiver , é assunto de uma boa editora.
Fazer a promoção e divulgação do livro em festas literárias,eventos,nas  redes sociais,blogs da editora,na  loja virtual no Mercado Livre  é por demais importante.

Na nossa editoratrabalhamos sob demanda :o autor contrata o livro,paga o estipulado pelos serviços (em até  10x pelo cartão de crédito) e determina o nº de exemplares que quer receber.Ex:vc quer,apenas,50 livros que serão feitos;depois de vendidos vc pede mais 100 e,então,pagará somente o valor destes  com o preço de custo gráfico + frete (se morar fora de SSA);o que facilita a vida do autor ,pois ,ele fugirá do terror de todo escritor:os livros encalhados.
.Nosso serviço é de primeira qualidade e nunca tivemos um autor  insatisfeito.Como escritora (criei esta editora para fazer meus livros,mas,ela criou asas e já publicamos mais de 180 títulos),conheço bem o problema do autor;assim,não fazemos livros,fazemos arte.

Só mais duas coisinhas;
Nossos  livros  levam cerca de 60dd para serem  entregue.O orçamento gráfico  só é válido para 10 dd devido a alta do dólar (papel é dólar).
Nossa capa é personalizada e feita em papel supreme 350 grs  ,o livro tem orelhas e o papel escolhido pode ser o pólen da Suzano .A capa será feita em  alta definição e nosso livro é xincrado ,trabalhado   colado e costurado e não solta página.
O autor receberá uma prova do livro (boneca)  antes da impressão para poder verificar erros ou fazer modificações.
Publicamos e distribuímos a revista literária ,”BECO DAS Palavras”,que circula por todo o Brasil e alguns países europeus,com o intuito de divulgar nossos autores.
Espero ter ajudado,mas,pergunte quantas vezes quiser.Se nos escolher será muito bem tratado e mimado.Sabe que já fui diretora de venda de livros da Editora Abril (anos 70).Vendia bibliotecas inteiras para grandes empresários.
Muito sucesso e um forte abraço.
Miriam de Sales







Segunda edição impressa da revista literária "Beco das Palavras",homenageando Fernando Pessoa
Esgotada



                                                        Nossa revista literária impressa ,3ª edição
                                                                         Enviamos para todo o Brasil
                                                     Pedidos pelo e-mail:miriamdesales@gmail.com






ÚLTIMA CHAMADA PARA A PARTICIPAÇÃO DO AUTOR NA SELETA "PANORAMA DA LITERATURA BRASILEIRA 2"  QUE SERÁ LANÇADA EM TURIM,ITÁLIA/MAIO/16
FECHAREMOS DIA 15/3/16
PARTICIPE!







                       NOVIDADES NO MEIO EDITORIAL

Mudança na lei de direitos autorais pode liberar cópia de livros
Escrito por Julia Marques. Postado em Notícias
14 de Março de 2012
A sensação de comprar um livro novinho e cheiroso é ótima. Mas a sensação na hora de pagar nem sempre é das melhores. O xerox pode ser a solução mais barata de ter um texto em mãos, mas até o momento, fazer a fotocópia de um livro inteiro não é permitido.
Essa proibição pode estar com os dias contados caso um projeto de lei seja aprovado no Congresso. A mudança na lei de direitos autorais, de 1998, ainda passa pela análise da Casa Civil. Se for adiante, o xerox de uma obra inteira pode ser liberado para uso não comercial. Ou seja, estudantes que fazem uso de livros para sua formação acadêmica vão poder tirar cópia de  exemplares completos sem culpa no cartório. 
A lei de direitos autorais no Brasil vinha sendo criticada por especialistas por não estabelecer um equilíbrio entre o direito ao acesso público a informações, garantido pela Constituição, e a proteção do trabalho intelectual. A mudança na lei, construída pelo Ministério da Cultura nos últimos anos por meio de consultas públicas, pode ser avaliada ainda este semestre.
Informações do Estadão e do Ministério da Cultura



                                     LANÇAMENTOS

                                   30/3/16
NO INTITUTO GEOGRÁFICO E HISTÓRICO DA BAHIA,SITUADO NA PIEDADE ,LANÇAMENTO DO LIVRO "O PRESENTE DE XANGÔ" DA ESCRITORA JAGUARACIRA DE SANT'ANNA (<< IWIN EFUN WALÊ>> COM O SELO DA EDITORA PIMENTA MALAGUETA.ÁS 16 HS





ATÉ A PRÓXIMA SEGUNDA 14/3

segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016



O BLOG DO ESCRITOR
"AS PALAVRAS QUE USAMOSEM MAIOR OU MENOR PORCENTAGEM,QUANTIDADE OU FREQUÊNCIA,ACABAM POR TRAÇAR UM RETRATO NOSSO."
JOSÉ SARAMAGO




 29 DE FEVEREIRO DE 2016                                  



        AGORA,FALANDO SÉRIO,DÁ PRA VIVER DE LITERATURA?
Um conhecido jornalista e escritor contou numa festa literária que sua mãe ,preocupada com seu futuro,falou que literatura não dava camisa a ninguém.Estava certa a precavida  senhora,pois,muito poucos podem dizer que vivem de literatura neste país. Mas, o rapaz ganhou seu primeiro cachê participando de um sarau literário e,entrando numa loja comprou uma camisa para si e um presente para a mãe.Chegando em casa,disse: -‘tá vendo,mãe,a literatura dá camisa,sim.
Mas,na realidade a coisa não é assim tão fácil.O autor brasileiro mesmo os consagrados ganham muito pouco com as vendas dos seus livros e muito mais com artigos de jornais,palestras e presenças em eventos literários.
Livros com pequenas tiragens de 100 a 300 exemplares ,na sua grande maioria,nem se pagam.É preciso publicar mais de 1000 livros para ver a corzinha do dinheiro.Se a venda do livro for direta autor /leitor o ganho é de 100%.Se o livro custar $30 o autor ganha o valor total.
Se o livro é posto numa livraria o autor fica ,apenas,com 50% e nas distribuidoras esta taxa ás vezes sobe para 60%.
Quando o livro é publicado por uma grande casa editorial o autor não paga nada,mas,também,não leva.O editor lhe disponibiliza de 2 a 8% do preço de capa,ou seja,num livro que custar  $ 30.00 autor fica com $0, 60centavos  em cada exemplar vendido. Ou,se tiver sorte,$2.40 se lhe derem os 8%.Claro,se o autor vender 500.000 exemplares a coisa até anda.Chegaremos a $40.000 reais.Mas,o diabo mora nos detalhes.Quem vende tanto assim?Só me lembro do Paulo Coelho.
O excelente escritor Marcos Souza (Mad Maria,Galvez ,o Imperador do Acre etc) tem uma frase lapidar sobre isso:”Se livrar de mil livros é difícil;é mais fácil se livrar de um cadáver.”
Agora,imagine se livrar de 500.000
Nossa editora tem um autor ,o Hermes Rosa,que já vendeu quase todos os exemplares do seu livro,”A Gíria Baiana de A a Z”,um livro delicioso.Mas,ele ,assim como José Orlando,outro autor nosso,sai vendendo o livro pelas ruas,nos transportes,no interior,coloca nos sebos,oferece a todos ,sem nenhuma vergonha ou restrição.”A Maldita Cachaça”,cordel do Zé Orlando,vendeu 5000 exemplares e ainda tem gente procurando.Portanto,não é impossível.Basta gastar sola de sapato e não ser um desses escritores engomadinhos que “não se misturam.”
Eu já vendi o “Bahia de Outrora” no ferry a caminho da ilha mágica de Itaparica,num banheiro feminino,na fila da Caixa, no banco do jardim do Campo Grande,,no avião para Lisboa, no restaurante em Paraty,enfim,enquanto houver um lugar e um cliente ,a gente se defende.Ah,também coloco meus livros nas livrarias,aquelas que querem recebê-los.
Nós devemos ser  uvepedistas.Uma venda por dia,este é o point .
Vamos fazer as contas?
O livro custa $30.O mês tem 30dias.
Uma venda por dia representa $900.00 no fim do mês;mais que o salário mínimo e sem descontos.
Valeu?




VIVENDO DE BRISA
Costuma-se pensar que artistas de modo geral, inclusive os escritores, são ricos. Volta e meia sai uma reportagem que diz quanto um astro de TV famoso ganha e daí se difunde a crença de que artista é rico, quando, na verdade, matar cachorro a grito é atividade das mais exercidas pela maioria deles, mundialmente. Os escritores aparecem em notícias sobre como um romancista antes desconhecido vendeu para Hollywood, por zilhões de dólares, seu premiado best-seller. Ai de nós ― escritor, quando é pago, recebe entre cinco a doze por cento do preço final do livro. E, não só aqui como no mundo todo, se vira em jornalismo, no ensino, na publicidade e em outros campos, já que de livro mesmo poucos conseguem sobreviver e ainda menos ficar ricos.

Paralelamente, cultiva-se como bela a imagem do artista faminto e penurioso, agasalhando-se do inverno com um casaco puído e esburacado pelas traças, afogando-se em álcool e desprezado por uma musa tão formosa quanto ingrata. Antigamente ele com frequência ficava tuberculoso e morria esquecido, num asilo para indigentes. Para o artista, esse ser privilegiado e superior, não são importantes as preocupações materiais e querer ganhar dinheiro com o que faz beira o sacrilégio, além de mercantilizar odiosamente o talento.

Se é verdade que a maior parte dos artistas é apenas remediada e olhe lá, a batalha por dinheiro sempre foi a regra e não a exceção. A lista é infindável.
Balzac, Dickens e Dostoiévski, por exemplo, passaram a vida disputando uns trocados e há quem diga que os dois primeiros morreram de trabalhar. A arte da Renascença era toda feita de encomenda. Os dramaturgos gregos escreviam suas peças para ganhar concursos, em meio a generalizada baixaria, como a difamação ou a ridicularização de concorrentes. Mozart era empregado da cozinha imperial e recebia encomendas do tipo "quero um concerto para piano e orquestra daqui a duas semanas e não me venha com repetições". Bach escreveu os concertos de Brandemburgo para adular um governante, que, aliás, parece nunca ter chegado a ouvi-los. Shakespeare vivia catando histórias que dessem público e faturando o que podia como empresário.

E por aí vai, mesmo depois da implantação quase universal do direito autoral. O artista, seja ele escritor, compositor, pintor ou o que lá for, precisa e gosta de dinheiro tanto quanto qualquer outra pessoa. Mas os novos tempos aparentemente querem trazer a eliminação do direito autoral, ou impor-lhe severas restrições. Há muito que meus livros, incluindo versões em áudio abomináveis, estão disponíveis em dezenas de sites na internet, sem que eu seja nem comunicado, quanto mais pago. Agora também sei que títulos meus estão sendo baixados em leitores eletrônicos, outra vez sem que nem eu nem meus editores tenhamos sido consultados.

Já estava resignado a essa pirataria, mas dizem que vêm mais novidades por aí. Li uma entrevista com um desses gênios da informática em que hoje o mundo abunda, na qual ele previu não somente o inexorável fim do livro impresso como a abolição dos direitos de autor. Perguntado como, neste caso, o escritor viveria, ele a princípio pareceu não saber ou não dar importância a pormenores dessa natureza, mas depois sugeriu que o escritor sobrevivesse fazendo apresentações públicas, leituras, performances pagas e coisas assim.
Não chegou ao ponto de outro, sobre cujas ideias também li não lembro onde, que recomendou que, com suas obras à disposição de graça, os escritores façam voto de pobreza como os franciscanos, ou arranjem, vendendo a alma ao demo como possam, um mecenato que os sustente. Pelo menos o primeiro ainda vê as apresentações como um reduto em que o escritor poderá refugiar-se. Claro, se este for gago ou tímido demais para exibir-se em público, vai ser um problema. Mas há maneiras de superar tais limitações e os escritores, em breve, estabeleceriam animada concorrência, um aprendendo mágicas para alternar com leituras, outro estudando sapateado e ainda outros, como oVerissimo, pegando pesado com seu saxofone. Estou pensando em reagir aproveitando minha condição de baiano e montar uns shows casadinhos. Não conheço Daniela Mercury, Ivete Sangalo ou Margareth Menezes pessoalmente, mas tenho a esperança de que, com jeito, elas aceitem encaixar um número meu em seus shows, na base do "ajuda teu irmão".

Pode ser que se esteja pensando também numa forma de remunerar o escritor que não dependa de vendas. O Governo faz uma seleção dos nomes qualificados para receber algum pagamento e dá a eles, por exemplo, uma bolsa romance. Mas receio que para conseguir essa bolsa, ou qualquer outro estipêndio do Estado, será necessário arrumar um pistolão. Ou entrar para um partido político que disponha de quotas da bolsa, como parte do tudo a que tem direito por aderir ao governo. Ou talvez seja melhor a realização de concursos públicos. Quem quiser ganhar alguma coisa como escritor será obrigado a fazer uma espécie de vestibular e os aprovados terão direito a uma carteirinha e a receber dois salários mínimos por mês para seu sustento, além de uma eventual bolsa romance, bolsa poema ou bolsa ensaio.

Seja o que Deus quiser, não se pode deter o progresso. Progresso este que faz um interessante revertério para o tempo em que o artista morria indigente. Ao que tudo indica, a moda está de volta e acho que vou procurar logo uma boa sarjeta e começar a treinar. Tenho, entretanto, um comentário final: tudo bem, são os novos tempos, mas os bens culturais "gratuitos" não são produzidos sem custos, pois não existe produto (ou almoço) de graça.

Muita gente ganha dinheiro com essa produção, em todos os seus estágios, muita gente é paga. Por que só quem não deve ser pago é o autor?

João Ubaldo Ribeiro http://www.digestivocultural.com/home/imagens/feeds2.jpg


 DE TANGA E CHAPÉU DE GAZETA

                                                                                         Artigo de Miriam Sales

Num  excelente artigo publicado no mês de Abril no jornal “O Globo” ,o escritor João Ubaldo faz um desabafo que é ao mesmo tempo uma denúncia sobre os ganhos do escritor.
_Querem que vivamos de brisa,ele escreve.
Nada mais correto.
Para as pessoas comuns o escritor não precisa ser remunerado.Como vive “nas nuvens”, entregue às suas ilusões e pensamentos,ambos matéria  empírica,não precisam se preocupar com coisas materiais  e comezinhas  como aluguel,alimentação,escola dos filhos,condução, enfim,coisas  prosaicas indignas de pessoas que habitam os superiores páramos do intelecto.
Assim ,não precisam receber nada pelos seus trabalhos literários,como artigos escritos em jornais,palestras,apresentações públicas etc.
Escrever não é ofício ,logo não precisa de remuneração.
Como escrever não é considerado  uma tarefa séria, porque o escritor, o poeta ou ensaísta não vai procurar o que fazer para manter-se e escreve apenas para seu prazer pessoal e brindar seu país e o mundo com as suas mal traçadas?
Como um novo apóstolo ele tem que calçar as suas sandálias velhas e empoeiradas e  espalhar seu talento entre todos,gratuitamente, seja na rede ,nos grandes jornais ou publicando livros que ,muitas vezes,como no caso desta escrivinhadora aqui, saem do seu próprio bolso.
As palestras são outra estória.
Antigos presidentes,executivos de grandes empresas e cantores de axé , quando convidados,recebem uma nota preta para dizer umas palavrinhas a um público ávido para ouvi-los  ou que desejam apenas  fazer um selfie  com uma celebridade.
_Viu, Totonho,estive lá.
Entende-se; são os seus 15 minutos de fama.
Já o escritor é convidado para uma palestra, mas,espera-se que ele sinta-se honrado pelo convite e vá de graça.
Condução, refeição, tudo por sua conta.
Afinal, pensam alguns, o escritor não é rico?
Certa vez, enquanto eu estava numa livraria frequentada por gente elegante aqui em Salvador, uma senhora folheava livros.
Agarramos na conversa, naturalmente sobre escritores e livros e ela ficou espantada quando eu lhe disse quanto ganha um escritor e quanto custa o livro que ela compra nas livrarias.
O livro que ela escolheu custava para o leitor $25.Ela não acreditou quando eu lhe disse que o autor recebia apenas 5 a  10% do preço da capa, ou seja, $1.25 a $2.50.
Acho que a pobre moça está de boca aberta até hoje.
Pensava que todos eram como Paulo Coelho ou os artistas de Tv.
Ledo engano!
Os artistas da renascença,como Ubaldo bem colocou,tinham um mecenas que o sustentavam. Casa ,comida e roupa lavada, garantidos.
Mas,tanto Ubaldo como eu, não somos mais jovens e bonitinhos para vivermos de gigolagem.
Artigos nossos, perambulam pela Internet sem que nos paguem nada e nem sequer sejamos comunicados ,da sua trajetória.
De vez em quando abro o Google  encontro meus textos habitando vários sites e jornais dispersos por ai sem o um conhecimento.
Segundo estatísticas confiáveis entre sites e blogs eu conto com mais de um milhão de leitores na rede.Se cada um pagasse $0.01 centavo  já daria  para pagar alguns custos.
Já os sites que publicam e vendem esses textos ,esses sim, devem ganhar muito bem.
Até em Angola e Cabo Verde,eu os encontrei.
Ao menos deram-me os créditos.
Segundo  Ubaldo,já existe  sábios da Internet pregando o fim dos direitos autorais, mesmo essa merreca que recebemos.
Resta informar a esses bem remunerados cidadãos que os bens, ditos gratuitos ,são regiamente pagos.Por nós,autores.
Diagramação,revisão, divulgação,distribuição e outros” ãos” que  são a via crucis do escritor independente  e oneram terrivelmente seus bolsos puídos.
Não existe almoço grátis.
Não sei se  você, leitor, já reparou que todos os grandes escritores brasileiros foram funcionários públicos: Machado,Graciliano,Drummond,Vinicius, a grande maioria.
Estou pensando seriamente em virar *“chopin” de algum deputado ou senador e conseguir uma sinecura para sobreviver.
Pena que não poderei mais escrever os discursos do Lula.
*Chopin:no Rio Grande do Sul é como e chama o passarinho que vive à custa do tico-tico.


 MIRIAM DE SALES É ESCRITORA E EDITORA



NOTÍCIAS LITERÁRIAS

Reajuste de 24% do papel terá impacto
"significativo" nos livros
 
Valor Econômico - 23/02/2016
A Câmara Brasileira do Livro (CBL) manifestou-se contra o reajuste de mais de 24% do preço do papel neste mês, anunciado pela Suzano Papel e Celulose e seguido pela International Paper, e, em cartas enviadas à Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) e à Associação Nacional dos Distribuidores de Papel (Andipa), externou "sua profunda preocupação com o reajuste", que terá efeito dominó "nocivo". Ao fim do documento, assinado pelo presidente Luís Antonio Torelli, a CBL pede que as associações intervenham junto aos associados e fabricantes de papel "a fim de que seja feita uma revisão desse reajuste, à luz do cenário nacional de desaceleração da economia, visando evitar um desequilíbrio preocupante do mercado neste momento".

A Influência da
Língua Portuguesa no Mundo

A União Brasileira de Escritores (UBE) realizará a palestra "A Influência da Língua Portuguesa no Mundo", dia 16 de março, às 19h, na sede social da UBE. A palestra será conduzida pelo Senhor Dom Duarte Duque de Bragança, Chefe da Casa Real Portuguesa, reconhecido por seu trabalho em prol da difusão do ideal lusófono, onde será discutida a importância da difusão da Lusofonia.

As vagas são Limitadas. Confirme sua presença com a secretaria da UBE pelo telefone: (11) 3231-4447.
 

 SALÃO INTERNACIONAL DO LIVRO  EM TURIM,ITÁLIA.DE 12 A 16/5/16
A EDITORA PIMENTA MALAGUETA                 ESTARÁ PRESENTE.


ENCONTRO DE ESCRITORES E LEITORES NUM ESPAÇO ENCANTADOR

Pessoal da Praia e do Porto,
Março chega com muitas novidades por aqui, mudança na organização do espaço físico da loja, chegada de uma galera no nosso bar-café, trazendo opções de lanches, comidinhas e bebidinhas pra lá de especial! Venha experimentar!!!
Pra acelerar essa fase nada como poder oferecer a todos vocês uma boa música ao cair da tarde de sábado dia 05 de março. Vamos ter um grande encontro musical de Vercia e Alê Santana, um som pra dançar e curtir o que rola de legal nessa boa terra.
Estaremos aguardando vocês às 17 horas.
Segue mais informações no cartaz.