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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O JARDIM DA ESCRITORA ANA MEIRELES



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Ana Meireles é Psicóloga formada pela UFPA, Campus Belém.  Cursou especialização na UNAMA (Universidade da Amazônia), escolhendo a interface da Psicologia com a Ciência do Direito – Psicologia Jurídica. Atualmente é Servidora Pública vinculada à Secretaria de Assistência Social (SEAS) na função de psicóloga em uma Instituição de Longa Permanência. Desde cedo escrever era um ato de grande prazer. Prazer que por longo tempo ficou adormecido até novamente ser despertado ardente como o calor de uma paixão. Paixão esta que fez a sua escrita ser um sentir sem compromisso, na visita sem hora da inspiração que ao chegar quer somente escutar o silêncio que moureja o jardim da alma.




De argamassa


De tijolos e cimento eram os versos que escrevia.
Uma construção de inversos,
empilhamento de palavras bem casadas.
Sem a beleza do efêmero,
no deslumbramento.
Hoje escrevo à margem do tempo
sem me convencer.
Escavo a massa no sereno do momento.
Formo a pasta que se tece ao vento.
Dou gosto ao trigo, verso sem constrangimento.
Faço essa alquimiação:
Ponho argamassa na alma.
Toco o fino tecido do pergaminho, e...
se na hora,
a inspiração chega e me devassa,
deixo que ela se vista de seda,
procure o seu caminho
e o meu corpo abrace.
                                                                          (AnaMeireles)
                                                                                    



O Rumo das Palavras
Não sei o rumo que as palavras tomam
escritas no branco de um papel
e depois dissecadas na leitura crua
de infinitos significados.
Nomes e conceitos buscando um berço
o enlevo da emoção
na razão que a mente escava
farejando os sentimentos
à forma de nexos e complexos
eixos neuróticos e nervosos
figuras paradoxais
vestes de “EUS”
entorpecidos e obtusos
da alma sem cantil
para ler e beber. 
Não sei o rumo que as palavras tomam
nos seus sentidos devanescentes
às vezes beligerantes e metamorfoseantes.
Alquimias intrigantes que à fina compreensão escapa.
Leitura oca da palavra frouxa
que ameaça o espírito da escrita louca. 
Não sei o rumo que as palavras tomam
sem enredo num pergaminho;
correndo soltas como ingênuas moças
desnaturadas na interpretação.
É uma sina triste e tosca
ficar prisioneira na interrogação? 
                                                                         Ana Meireles


 
ANA MEIRELES,POETA  PARAENSE,SENSÍVEL E HUMANA ,SEU TRABALHO AJUDOU A ABRILHANTAR NOSSA SELETA.


3 comentários:

  1. Ana meireles, o seu escrito é argamassa, ambrosia...um melhoramento pra alma.
    O seu talento e sensibilidade, dão um toque especial de requinte e singeleza à seus trabalhos.
    Continue postando pitadas de "alquimiação e deslumbramento" ...o mundo anda muito carente disto.
    Raiany silva

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Aninha , minha amiga querida!!
    " A Poetinha" que com íntima relação com as letrinhas torna-se grandoiosa em seus pensamentos.
    Que linda sua página amiga.
    Ou melhor seu jardim..
    Parabéns..
    Beijos e sucesso sempre
    Cristina Henriques

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